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terça-feira, 13 de julho de 2010

Coração de gelo.

Insensivel, fria, calculista, rude, dificil, indiferente, despreocupada, desligada (...)

E lá está ela, sem ligar pra nada nem pra ninguém, sem um minino de preocupação com o outro, com seu egoísmo triunfando mais do que qualquer outro sentimento. Seu orgulho é como uma arma de proteção, que defende seus desejos e pensamentos, que a defende de qualquer tipo de sofrimento. Medo ela não têm, não treme diante de uma dificuldade. As coisas pra ela são muito simples, a visão dela é muito sistemática. A vida dos outros pouco interessa, as amizades são passageiras, os amores então... não passam de meras brincadeiras. Seus problemas são raros, e quando existem são insignificante. Ela têm coisa mais interessante pra perder tempo do que resolver ou se importar com problemas... ou não. Coitados daqueles que pensam isso.

E lá continua ela, com o mundo caindo sobre sua cabeça, com todas as preocupações acumuladas e o seu silêncio triunfando mais do que qualquer sentimento. Seu orgulho na verdade se confunde com o medo. Medo de bancar a vitima, medo de sentirem pena, medo de pensarem que ela não é capaz. Eis que surge algo que ofusque essa imagem dela. Seria orgulho? Medo ela têm, mas coragem também. Não sabe e não tem a quem recorrer diante de uma dificuldade, afinal, ela é ou não capaz? Simplicidade é algo relativo, mas ela gosta de um desafio e assim cria um foco e segue em frente. E há quem diga que a visão dela é sistemática. A vida dos outros não interessa, a não ser que eles ofereçam a ela informações que podem ser compartilhadas. E assim ela conquista as amizades, com seu jeito sincero e confiável de ser. Se as perde, é questão de ponto de vista. Há quem diga que as amizades dela acabem, passem, mas ela prefere o termo 'distancia' pois no momento em que algum amigo, seja 'novo' ou 'antigo', busca-la para pedir ajuda, conselho ou apenas desabafar, ela vai estar mais disposta do que nunca para ouvi-lo e ser ou não útil, mas que só em ser lembrada, já valeu por qualquer outra coisa. Ela consegue ser intensa em seus relacionamentos de uma maneira tão verdadeira que se torna inesquecivel pra quem convive. Ela cria suas manias, seus costumes, seu modo, de acordo com a situação do outro. Ela o entende, e espera que ele faça o mesmo, ela é a ação, o ser, o fazer. Ela tem o controle. E mesmo assim, há quem diga que ela é fria. Meros observadores. Os problemas que ela têm são dela. Não há motivo para torna-los publicos, não é todo mundo que se interessa. A dificuldade de resolve-los é tamanha que ela não tem tempo pra pouca coisa. Ela é viva.

Coração de gelo ela tem, que serve para congelar seus sentimentos, seus amores, para conserva-los bem, para não perde-los, para esfriar a dor da distancia e que espera ser aquecido por quem não vê nem de longe tais caracteristicas que todos jogam sobre ela antes mesmo de conhece-la. E dentro desse coração existe uma chama que queima, que espera, que aguarda e que aquece, não por fora, mas por dentro tudo que ela precisa pra se manter viva, se manter quente, se manter acesa. Ela é intensa.

Diferente dos outros, ela não precisa demonstrar ser. Ela é. Ela não tem uma imagem a frente dela mesma. A essencia dela é interna. E mesmo assim, ela vai seguindo a vida esperando que cada um descubra o que ela representa... para cada um.

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